Colonização, desenvolvimento e perspectivas para o Oeste do PR.
sexta, 08 de julho de 2022
CACIOPAR
Conhecer e entender processos históricos que levaram à formação de cidades e regiões se tornam aliados na constante busca por desenvolvimento associado a oportunidades e a bem-estar social. O professor-doutor Ricardo Rippel, da Unioeste de Toledo, apresentou durante recente encontro empresarial da Caciopar um estudo detalhado sobre Colonização do Oeste do Paraná e evolução demográfica – reflexos e possibilidades.
A região hoje formada por 50 municípios foi a última a ser povoada no Extremo Sertão Oeste, uma faixa que se estende por vários estados brasileiros. O seu processo de ocupação, no entanto, ocorreu de forma mais rápida e significativa que nas demais e hoje ela tem a maior densidade demográfica dessa fração do território nacional. Alguns fatores contribuíram para a região ter demorado a ser ocupada, como a distância da capital e por estar entre três rios poderosos – Iguaçu, Piquiri e Paraná.
Embora muitos a considerassem desconhecida na época da colonização das demais regiões, o território que hoje é Oeste era cortado pelo caminho do Peabiru, antiga rota indígena que ligava a partir do interior de São Paulo os oceanos Atlântico e Pacífico e de outro que conectava países vizinhos. O Oeste é a única região paranaense totalmente integrada à faixa de fronteira e essa condição garante acesso a possibilidades diferenciadas de crescimento. “Ela precisa ser melhor trabalhada e equacionada”, de acordo com Rippel, que é pós-doutor em Demografia e diretor do Centro de Ciências Sociais Aplicadas da Unioeste.
A Fazenda Britânia, a partir dos anos de 1900, marcou o início da colonização que se transformaria em uma atividade organizada a partir da Maripá, que seguia método de demarcação já consagrado em outros países. Como era vista como uma parcela abandonada do Brasil, o governo federal estimulou a partir de 1940 a chamada Marcha para o Oeste, que permitiu saltos elevados de população ao longo de poucos anos. Na década de 1940, o número de habitantes era de apenas 7.645 e chegou a 16.421 em 1950 e a 135.697 em 1960.
Na década de 1970, segundo os estudos de Rippel, 19,8% dos moradores do Oeste residiam nas poucas cidades existentes, e o restante ocupava as zonas rurais. O professor também falou dos ciclos migratórios e emigratórios e do fato de a grande maioria das pessoas que chegaram à região (originalmente lusitanos e depois gaúchos e catarinenses) nas primeiras décadas do processo de colonização, não ter nenhuma ou praticamente nenhuma instrução. As bases econômicas primárias foram a extração de erva-mate e madeira e, a partir da década de 1960, teve início a implantação da agricultura em escala comercial.
Hoje
De apenas 7,6 mil para 1,3 milhão de habitantes e de um (Foz do Iguaçu) até o fim da década de 1940 para 50 municípios hoje, o Oeste sofreu transformações gigantescas ao longo de apenas 70 anos e que fazem dessa uma das porções mais desenvolvidas e de melhor Índice de Desenvolvimento Humano do País. Cascavel, Foz do Iguaçu e Toledo, juntas, respondem por 60% da população e por 63% do PIB (Produto Interno Bruto), atualmente superior aos R$ 50 bilhões.
Devido à sua estratégica posição geográfica, Cascavel se tornou o principal centro irradiador de desenvolvimento do Oeste e é atualmente o quarto mais importante do Estado. O avanço no número de tratores, de 10 mil para 32 mil em poucos anos, demonstra a importância que a agricultura assume no contexto econômico regional, de acordo com o professor Rippel. Diante de tudo o que fez e conquistou, a região deverá se consolidar como um dos principais centros econômicos, de desenvolvimento e de atração de investimentos do País em pouco tempo.
Crédito: Assessoria
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