Um dos desafios do Brasil é ensinar o jovem a empreender, diz pós-doutor
segunda, 29 de agosto de 2022
CACIOPAR
Escolas norte-americanas e de outros países adotam há alguns anos uma lógica que começa a trazer sérias consequências aos processos criativos de seus jovens. É o excesso de colaboração em detrimento dos tradicionais três lugares no pódio. “Ao agir dessa forma, um governo limita o espírito empreendedor e a busca da excelência pelos seus cidadãos. Essa tática acomoda e faz mal, retirando das pessoas o senso de criação e do aproveitamento de oportunidades”, disse o pós-doutor em Administração Claudio Rojo durante encontro empresarial da Caciopar na Acismi, em São Miguel do Iguaçu.
O Brasil tem exemplos no mundo de que esse método de colaboração exagerada faz mal às pessoas e à economia, por isso é preciso seguir na direção oposta. “O maior desafio do governo brasileiro é estimular o jovem a empreender. É incentivá-lo a investir naquilo que ele é bom e diferenciado, de encontrar o ambiente do qual ele é verdadeiramente bom”, afirmou o professor, citando a importância da liberdade para a construção de um estado democrático. “Nosso país vive um ambiente econômico único, com mais velocidade na abertura de empresas e, com a adoção das medidas certas, está na contramão de uma séria crise que ameaça o mundo”.
A educação com foco em temas que realmente interessam e possam fazer a diferença da próxima geração precisa contar com a ajuda da sociedade. “E é bom destacar que a universidade precisa servir a comunidade e não a sim mesma”, observou Claudio Rojo. A educação deve ser bem distribuída para que os resultados esperados apareçam. Assim, o investimento feito no setor retorna na construção de uma sociedade mais próspera e justa a todos. “É com a colaboração da universidade e das empresas que se criam cadeias de valor para agregar mais a partir da transformação das matérias-primas”. Governo, afirmou o pós-doutor, não cria empregos, cria despesas.
Distribuída
O professor destacou que a riqueza precisa ser distribuída e que a miséria, por sua vez, se alastra sozinha. Ele alertou sobre cuidados para não dar a um governo poder demais. Caso isso ocorra, ele agirá de forma centralizada e passará a gastar exageradamente. “Por isso é tão importante ter e manter o equilíbrio das instituições, cada um observando e cumprindo rigorosamente o seu papel”. Claudio Rojo alertou: “Todas as nações com regimes ditatoriais fizeram o desarmamento de sua população. A harmonia, ao contrário do que alguns dizem, é mantida pela força. Há países, como a Suíça, nos quais todas as famílias têm armas e seus índices de criminalidade estão entre os mais baixos”.
Estabilidade
Rojo destacou algumas vantagens dos países estáveis econômica, social e juridicamente: eles recebem somas elevadas de recursos externos e geram oportunidades e paz social por meio de empregos e oportunidades. Por outro lado, países instáveis afastam investidores e destroem sua economia. “O ambiente precisa ser saudável para levar à segurança, educação, empreendimentos sólidos e prosperidade compartilhada”.
Alguns pontos positivos do Brasil de hoje foram citados pelo professor: entrada de capitais externos, real mais forte, deflação, redução do aparelhamento estatal, infraestrutura em crescimento e produção de alimentos em alta. Porém, alertou Claudio Rojo, o conflito entre as instituições coloca a liberdade em risco. Também preocupam, afirmou, o papel de coadjuvante do Legislativo e a reduzida produção tecnológica saindo das universidades públicas para as empresas.
“Se o Brasil vencer esses problemas internos e seguir tomando as medidas corretas, como aconteceu atualmente, ele será uma potência mundial em pouco tempo”, citou o professor Rojo.
Crédito: Assessoria
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