Conquistas verdadeiras exigem trabalho e a validação do tempo
sexta, 30 de setembro de 2022
CACIOPAR
A construção de processos consistentes, que compartilhem crescimento e bons resultados, é a antítese da alienação e da superficialidade tão largamente disseminada e disponível nas novas mídias que invadem o mundo. “Projetos e ações que levem a conquistas verdadeiras exigem trabalho duro e legitimação do tempo”, disse em encontro empresarial da Caciopar em Guaíra o professor e diretor-executivo do Instituto Pessoas Melhores, de Toledo, Amir Kanitz.
Kanitz foi convidado para falar sobre Eleições 2022: Protagonismo da sociedade na construção de uma representatividade ativa, comprometida e continuada. O professor lançou luz sobre temas importantes e esclareceu dúvidas que, face à expansão das mídias digitais, incomodam boa parte dos internautas. A democracia, segundo ele, não é um regime de consulta, mas um sistema que articula.
Uma sociedade precisa contar participação dos cidadãos, com deliberações de qualidade, com prática constante do exercício das responsabilidades e com transparência nas decisões. Os processos democráticos são uma forma de administrar conflitos, que substituem rebeliões, segundo Amir. “Na democracia, depois do voto na urna, seguimos agindo como cidadãos. A defesa dos direitos deve ocorrer de forma constituinte. Não tiramos os derrotados do quadro institucional”, observa o professor.
Ilusão
As redes sociais, a maior convergência de mídias já criada, acelera o acesso à informação e uma notícia ainda cheirando a tinta parece antiga. Essa condição, que afeta os mais diferentes setores e públicos, gera a ilusão de que ali se faz política, o que não é verdade. Uma das principais mudanças com a internet, no entanto, está nos instrumentos que permitem recortes, de chegar a estratos precisos da comunidade, o que era impossível no passado.
Amir Kanitz diz que na rede social não se faz política e sim a construção de narrativas que não levam a questões institucionais. O ritmo das redes contrasta com o da monotonia das burocracias e instituições. A geração que aí está, especializada nas ferramentas digitais, está preparada para os desafios de longo prazo e para ajudar a construir processos que, além de bons resultados dependem a legitimação do tempo? A rede social, conforme o professor, é o lugar do pronto, o ambiente perfeito para quem opina e vai para outra postagem rapidinho, que não quer, com o esforço necessário, contribuir para construir algo diferente, melhor. “Com essa postura, não geramos agendas para andar de forma aliada às instituições”.
Poder
O professor Amir empregou uma definição do pensador, filósofo e matemático britânico Bertrand Russel para explicar o que é o poder: “É a capacidade de produzir os efeitos desejados”. A construção de um país melhor, mais evoluído, requer cada vez mais estabilidade institucional e participação orgânica. Quem constrói a mudança são os cidadãos, a tarefa do Estado é de, unicamente, executar, de colocar em prática a vontade decidida pela maioria.
Para a construção de algo diferente do que aí está é preciso saber, primeiramente, o que mudar e como fazer isso. A ordem social depende de pessoas competentes, eficientes, comprometidas. A formação para a mudança tem de envolver os campos individual, social, interpessoal e institucional. A ditadura, destacou o professor, é quando as elites se impõem, e a democracia é quando as elites se opõem. “A cidadania e a participação não acabam na hora do voto”, fez questão de frisar Amir Kanitz.
Crédito: Assessoria
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