A aprovação da jornada semanal de trabalho de 44 para 40 horas e da elevação em 75% da hora-extra preocupa empresários ligados à Associação Comercial e Industrial de Cascavel. Em vez de benefícios como alegam sindicalistas, essas medidas vão enfraquecer a economia e desincentivar a abertura de novas vagas. A PEC (Proposta de Emenda Constitucional) que tramita há 14 anos no Congresso acaba de ser aprovada por uma Comissão Especial criada para analisar a matéria. Para que entre em vigor, a proposta ainda precisa de aprovação nos plenários da Câmara e do Senado.O presidente da Acic, Marcos Roberto Teixeira, entende a medida como um contrasenso diante do atual estágio de desenvolvimento do Brasil. “Em uma época de tanta competitividade mundial, o trabalho com eficiência e qualidade é um diferencial poderoso. E a redução da jornada, em vez de valorizar, acaba por enfraquecer essa instituição tão importante para qualquer sociedade”. Empresários filiados à associação comercial debateram o tema durante encontro de diretoria na manhã desta quarta-feira e são unânimes em afirmar que a medida, caso aprovada na Câmara e no Senado, fará muito mal ao desenvolvimento do País.Teixeira, segundo o debate promovido pelos empresários, aponta aspectos prejudiciais da PEC. “Além da perda de níveis de competitividade, a redução da carga horária e do aumento da hora-extra trarão a elevação de custos às empresas, que já é dos mais altos do mundo, com consequente diminuição da produtividade e também da oferta de empregos”. Pressionado pelo aumento de seus custos, os empresários, ao contrário do que pregam sindicalistas, terão de rever seus quadros, que ficarão no mínimo estabilizados com tendência de enxugamento. Haverá ainda mais dificuldades de acesso ao mercado às pessoas à procura do primeiro emprego.Os empresários consideram que a hora não é de dividir forças e sim de empregadores e empregados, a partir do bom senso, perceber o que pode ser feito para melhorar essa relação a fim de que todos possam ganhar. A Acic prepara documento que será enviado a deputados federais, senadores e às mais diversas entidades do setor produtivo demonstrando sua preocupação com os efeitos da PEC caso ela seja, de fato, aprovada e colocada em prática. “A construção de um país melhor a todos passa pelo fortalecimento do emprego, por uma carga tributária mais justa, por investimentos com zelo do dinheiro público, pela qualificação profissional e pela valorização do trabalho”, segundo Marcos Roberto Teixeira.
Créditos: Jean Paterno
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